domingo, 26 de abril de 2015

Cientistas encontram evidências de que europeus antigos praticavam canibalismo


Ossadas de 15 mil anos em caverna no Reino Unido têm marcas de mastigação; crânios foram transformados em copos.

Pesquisadores do Museu de História Natural no Reino Unido e da Universidade College London encontraram novas evidências de que humanos antigos praticavam canibalismo no território da atual Europa.

Especialistas sabem da existência de vestígios de nossos ancestrais na Caverna de Gough, na Garganta de Cheddar, em Somerset, desde o século XIX, mas análises recentes mostram que cada osso deixado no local tem sinais de devoração por outros humanos.

"Todos os ossos da cabeça para baixo foram muito modificados por mastigação", disse a líder da pesquisa, Silvia Bello, ao jornal britânico "The Times".

Segundo ela, a grande maioria dos vestígios, deixados lá há cerca de 15 mil anos, foram despedaçados pelos homens da caverna, com o objetivo de comer até o tutano dentro dos ossos. Arranhões e marcas de mordidas sugerem que eles usaram ferramentas e seus próprios dentes para devorar o máximo possível.

Os crânios, porém, não foram mastigados. "Essas partes receberam tratamento especial... Foram cuidadosamente partidas para serem usadas como copos", explica Silvia Bello, que acha até que havia um ritual religioso realizado durante esse processo.

Há 15 mil anos, a Humanidade estava na "reta final" do Paleolítico, ou Idade da Pedra Lascada, que antecedeu o início do período Neolítico, marcado pelo começo da agricultura, há cerca de 10 mil anos. Os indivíduos na época eram caçadores-coletores.

Isto é, comiam frutas e vegetais encontrados na natureza ou animais abatidos durante a caça. Sinais de canibalismo já haviam sido encontrados antes no continente. Mas somente com análises mais profundas será possível dizer se a prática em Somerset era algo restrito ou se estava inserida num contexto mais amplo da Europa Ocidental.

Fonte: O Globo
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