Segundo dados de alta resolução do fundo do mar, recolhidos pelo Instituto Hidrográfico, não existe nenhuma elevação especial na zona onde foi reportada a estrutura com 60 metros de altura.
No passado mês de setembro, um pescador desportivo relatou que os seus equipamentos de leitura do fundo do mar indicavam a presença de uma estrutura com 60 metros de altura e cujo ponto mais alto estaria a 40 metros de profundidade, entre as ilhas Terceira e São Miguel, nos Açores.
O relato apontava para a possível existência de uma pirâmide subaquática, que se localizaria perto do banco submarino D. João de Castro. No entanto, ontem (4 de outubro) a Marinha Portuguesa afirmou que tal estrutura não existe naquela zona.
O Instituto Hidrográfico (IH) — órgão da Marinha responsável pela cartografia hidrográfica do território português e que tem como atribuição a execução dos levantamentos da morfologia do fundo do mar (batimetria) — foi analisar os dados que tem recolhido na área onde foi reportada a pirâmide subaquática, por solicitação do Governo Regional dos Açores.
“Nos dados de profundidade do levantamento hidrográfico, realizado em 2009, não é possível confirmar a existência de tal figura geométrica, com a forma e dimensão divulgada, registrando-se apenas uma elevação submarina, semelhante a outras elevações detectadas no Banco D. João de Castro”, refere a Marinha em comunicado.
O banco D. João de Castro, cuja ponta mais alta fica a cerca de 13 metros de profundidade, é uma rota comum para os pescadores que costumam deslocar-se à procura de zonas de pesca.
Por esse motivo, o pescador desportivo fez e o levantamento batimétrico que acabou por assinalar a tal estrutura curiosa.
“Nos modelos batimétricos gerados a partir dos dados existentes no IH, não é visível qualquer estrutura com a profundidade mínima de 40 metros, registrando nessa posição [o local da suposta pirâmide subaquática] profundidades da ordem dos 540 metros. Estes dados foram recolhidos através de equipamentos de alta definição”, acrescenta a Marinha.
Um vídeo disponibilizado pela Marinha, baseado em imagens de grande resolução, permite ver com pormenor o fundo do mar na zona do banco D. João de Castro [veja aqui].
Fonte: Ciência Online