Uma equipe de pesquisadores, formada por arqueólogos norte-americanos e peruanos, fez uma descoberta surpreendente no vale de Chincha, localizado aproximadamente 200 quilômetros ao sul de Lima, no Peru.
Trata-se de uma complexa série de geoglifos, composta por 71 linhas feitas com pedras de diferentes cores e conectadas a outras 353 marcas, formando diversos montículos.
A rede funcionava como postos de observação que permitiam ver o pôr do sol, entre diversos pares de alinhamento, com precisão matemática.
A zona do Vale do Chincha foi escolhida pelos arqueólogos por ter sido o centro da cultura da civilização Paracas, anterior aos Nazca. Essa população viveu seu apogeu entre 800 e 100 a.C.
O tesouro foi encontrado depois de três anos de escavações, em uma área de 30 km2. O responsável pela pesquisa, Charles Stanish, da Universidade da Califórnia, explica que “as linhas de Chincha se assemelham bastante às de Nazca, no que diz respeito a sua execução”.
Entretanto, “as de Chincha não contam com figuras de animais, como as outras. Os geoglifos de Chincha são feitos somente de linhas”.
Na opinião dos arqueólogos, os diversos quilômetros de pedras enfileiradas parecem ter tido alguma função cerimonial, segundo artigo publicado na revista Proceedings of The National Academy of Science: “os geoglifos eram parte de uma grande paisagem teatral, formada para receber aqueles que os visitavam.
Algumas linhas marcavam os solstícios e, possivelmente, outros fenômenos, como os equinócios. Outras formavam elaborados trajetos que levavam aos complexos de pirâmides e algumas conectavam a deferentes zonas dos pampas”.
Depois de comprovar a magnitude da descoberta, os pesquisadores confirmaram a antiguidade das linhas com testes de datação de carbono.
O resultado comprovou o que já havia sido antecipado: as linhas foram feitas há 2.300 anos, três séculos antes das de Nazca.
Fonte: The History Channel