domingo, 2 de fevereiro de 2014

Arqueólogos descobrem ‘lar’ que abrigou a primeira fogueira da história há 300 mil anos


Uma antiga caverna de pedra calcária em uma zona rural que fica a leste de Tel Aviv, em Israel, proporcionou a um grupo de cientistas uma visão remota e fascinante do passado.

Eles acreditam que naquele espaço tenha sido criada a mais antiga fogueira da Humanidade. Ao redor dela, famílias cozinharam periodicamente suas refeições há mais de 300 mil anos.

Para o arqueólogo da Universidade de Tel Aviv Ran Barkai, esta é a mais antiga evidência que se tem a respeito da domesticação do fogo.

- Trazer um pedaço de carne para casa e assá-lo parece algo extremamente natural para nós, mas não é. O momento em que isso passou a ser feito representa uma etapa crucial na evolução biológica e cultural humana - explica o cientista.

A fogueira foi localizada dentro da caverna Qesem, que fica em uma região conhecida como “Levante”, ao sul da Turquia, Síria, Jordânia, Líbano e Israel. A identidade de quem usava o espaço ainda é um mistério. Especula-se, inclusive, uma nova linhagem de hominídeos.

- Parece evidente que os moradores daquele espaço apresentavam características diferentes das dos Homo erectus. Pode haver uma nova linhagem que apresenta certa afinidade com os sapiens e os neandertais - aponta o arqueólogo.

A Caverna Qesem foi originalmente descoberta em outubro de 2000 por uma equipe que estava construído uma estrada próximo à região. As escavações e análises, no entanto, levaram anos para serem concluídas.

Os cientistas descobriram uma espessa camada de cinzas no centro do espaço. Utilizando espectroscopia de infravermelho, eles perceberam que os pequenos pedaços de osso fragmentos e misturados às cinzas haviam sido aquecidos a temperaturas elevadas. Este resultado sugere que a fogueira tenha sido usada para cozinhar.

Foi esclarecido também que o material era fruto de uma queimada continua, já que havia várias camadas. Isso afasta a hipótese de que o local tenha sido palco para um fogo efêmero, de apenas uma noite, por exemplo.

Restos carbonizados de ossos de animais e ferramentas de pedra usados ​​para partir carne também foram as evidências adicionais que concluíram a grande descoberta.

A fogueira deve ter representado o centro da vida doméstica de várias gerações de famílias de caçadores-coletores que percorriam a região, diz Barkai. Além do fogo, a região também oferecia em suas proximidades água doce e bons afloramentos de pedra, além de madeira em abundância.

- Nós acreditamos que um grupo relativamente pequeno viveu ali. Talvez duas famílias, num total de 15 a 20 pessoas - apontou Barkai.

Fonte: Extra Online
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