sábado, 27 de maio de 2017

Homem chegou à América 115.000 anos antes do que se acreditava




A presença humana no continente americano data de 130.000 anos atrás, e não de 15.000, como se acreditava até agora, segundo um estudo que deve revolucionar a História das populações no Novo Mundo.

A exploração de um sítio arqueológico perto de San Diego (Califórnia) revelou que uma "espécie de hominídeo viveu na América do Norte 115.000 anos antes do que pensávamos", explica Judy Gradwohl, presidente do Museu de História Natural de San Diego, à frente deste estudo.

A equipe encontrou o esqueleto de um mastodonte - ancestral do elefante - e utensílios de pedra com marcas de intervenção humana de cerca de 130.000 anos de idade, derrubando todas as teorias cogitadas até agora.

Embora a questão de quando, como e onde os primeiros homens chegaram à América divida antropólogos e arqueólogos há anos, a hipótese dominante é que eles chegaram há cerca de 14.500 e vieram da Ásia.

Segundo esta teoria, os primeiros homo sapiens percorreram a pé cerca de 1.500 km por um percurso ligando a Sibéria e o Novo Mundo, hoje parcialmente afundado sob o Estreito de Bering.

Outros cientistas defendem, no entanto, que a colonização se deu pelo Pacífico, a partir do Alasca, a pé ou de barco.

Mas o estudo divulgado nesta quarta-feira pela revista científica britânica Nature afirma que "vários ossos e dentes" de mastodonte "mostram claramente que foram quebrados voluntariamente por seres humanos, demonstrando habilidade e experiência" para comê-los, explica Steve Holen, coautor do estudo, em um comunicado do Museu de História Natural.

Quem eram e como chegaram

Os pesquisadores aplicaram o método de datação de urânio-tório para analisar os vestígios arqueológicos encontrados no sítio Cerutti Mastodon, descoberto em 1992 durante a construção de uma via férrea.

Mas o fato de que não foram encontrados restos humanos no sítio arqueológico impossibilita determinar com certeza de que espécie de hominídeo se trata.

Quem seriam e como chegaram? De acordo com especialistas, não pode se tratar de homos sapiens - o homem moderno -, pois acredita-se que este deixou a África pela primeira vez há entre 80.000 e 100.000 anos.

Em vez disso, poderia se tratar de um de seus primos: o homo erectus, cujos primeiros restos descobertos datam de quase dois milhões de anos atrás; o neandertal, que conviveu com os humanos modernos na Europa antes de se extinguir há cerca de 40.000 anos; ou o enigmático denisovan, cujo DNA ainda sobrevive em aborígenes australianos.

Em uma análise de acompanhamento, os pesquisadores argumentaram que, apesar do aumento do nível do mar há cerca de 130.000 anos, devido a um período de aquecimento interglacial, o homem pode ter sido capaz de viajar grandes distâncias até a América.

Este achado pode estar relacionado com estudos recentes que revelaram uma ligação genética entre as populações atuais nativas da Amazônia e alguns povos asiáticos e australianos.

"As populações fundadoras dos americanos podem ter sido muito diversas", estima em um comentário sobre o estudo Erella Paira, da Universidade Hebraica de Jerusalém.

O representante mais antigo da raça humana conhecido até agora tem sete milhões anos, chama-se Toumai e foi descoberto em 2001 no Chade.

Estima-se que os primeiros membros do gênero Homo que deixaram a África o fizeram há mais de dois milhões de anos.

Fonte: Yahoo!
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