A Planície das Jarras, em Xieng Khouang, Laos, é um dos locais mais enigmáticos da Terra. O local possui milhares de jarras de pedra enormes espalhadas em cerca de cem áreas distintas nas montanhas do norte de Laos, e tem fascinado arqueólogos e cientistas desde sua descoberta, na década de 1930.
O local incomum, conhecido como a Planície de Jarras, é datado na Idade do Ferro (500 a.C. a 500 d.C.) e é composto por pelo menos 3 mil frascos de pedra gigantes, com até 3 metros de altura e pesando várias toneladas. A maioria é feita de arenito, mas há outras feitas de granito e calcário.
Já que todas as jarras possuem bordas, presume-se que todas elas foram originalmente cobertas com tampas e, apesar de algumas tampas de pedra terem sido registradas, é mais provável que tenham utilizado madeira ou ratan.
As jarras parecem ter sido feitas com um alto grau de conhecimento sobre os materiais e as técnicas utilizadas. Supõe-se que os habitantes da Planície de Jarras utilizavam cinzéis de ferro para fabricá-las, embora não exista ainda nenhuma evidência conclusiva.
Pouco se sabe sobre o povo que esculpiu os enormes recipientes, e as jarras dão poucas pistas sobre sua origem ou finalidade.
Segundo a lenda local, os frascos foram criados por uma raça de gigantes, cujo rei precisava de um recipiente para armazenar vinho e arroz.
O vinho era para ser consumido em uma grande festa, organizada para celebrar uma ilustre vitória militar há milhares de anos atrás.
A lenda conta sobre um rei mau, chamado de Chao Angka, que oprimia seu povo de forma tão terrível que foi obrigado a pedir ajuda a um bom rei, chamado Khun Jeuam, para libertá-los. Khun Jeuam, com seu exercito, travou uma grande batalha na planície, e derrotou Chao Angka.
Enquanto alguns sustentam que as enormes jarras eram utilizadas para coletar água das monções, a maioria dos arqueólogos acreditam que as jarras foram usadas como urnas funerárias.
Através de escavações feitas por arqueólogos do Lao e do Japão, esta última interpretação vem ganhando força, pois foram descobertos restos humanos, bens de sepultamento e cerâmicas em torno das jarras de pedra.
Acredita-se que as jarras foram usadas para colocar os corpos de pessoas falecidas, onde eram deixados para a decomposição, uma prática muito comum na Tailândia e em Laos.
Supõe-se que os corpos eram deixados nas jarras para o tecido mole se decompor, e o corpo secar antes de ser cremado. As cinzas seriam devolvidas às urnas, ou talvez enterradas em algum lugar sagrado, liberando os frascos para reutilização.
Os arqueólogos ainda não têm todas as respostas, e, infelizmente, essa investigação foi desacelerada devido à planície de jarras ser um dos sítios arqueológicos mais perigosos do mundo.
Espalhadas sobre a planície, encontram-se literalmente milhares de toneladas de bombas que não explodiram, minas terrestres e outros artefatos explosivos não detonados, que contaminam mais de 35% da área total da província, e continua a ameaçar as vidas de 200 mil pessoas que agora vivem em Xieng Khouang.
Fonte: Epoch Times