terça-feira, 29 de abril de 2014

A ciência da embriaguez. Pesquisadores realizam experimento e descobrem como o álcool afeta nossa vida social


Como o álcool afeta nossos sentimentos e nossa vida social? Que efeitos sua ingestão pode ter em nossas escolhas sexuais e relacionamentos? Até o momento, a ciência não foi capaz de fazer mais do que aproximações a essas perguntas, já que não é possível realizar experiências com seres humanos como seria necessário para chegar às respostas.

Dessa vez, no entanto, uma equipe de pesquisadores de uma universidade em Portland (EUA) realizou um experimento no qual são rastreadas as mudanças de comportamento causadas pela ingestão de álcool pelos ratos-da-pradaria, famosos por sua fidelidade e monogamia.

Como se fosse uma representação do comportamento humano graciosamente interpretado por ratos ternos, os cientistas observaram que as fêmeas, ao se embriagarem, ficavam mais amorosas e carinhosas com o seu parceiro, e os machos , ao contrário, tornavam-se esquivos e infiéis.

Os ratos de ambos os sexos foram colocados próximo a copos de vodca e água, e depois deixados em observação, em um ambiente controlado, como uma espécie de reality show de roedores. A cena durou 24 horas e rendeu aos observadores algumas conclusões científicas interessantes.

De acordo com o artigo publicado pela Proceedings of the National Academy of Sciences, um grupo de ratos recebeu 12,5g de álcool por quilograma de seu peso e outros permaneceram sóbrios. Em condições iguais (ambos se acasalaram com a mesma frequência e não houve efeitos colaterais do álcool que pudesse diminuir a capacidade sexual ou apontar os ratos que beberam), as ratas bêbadas se dedicaram a interagir com o seu parceiro de sempre, enquanto os machos bêbados rejeitaram-nas em trocas de novas fêmeas.

Curiosa e contrariamente, entre os ratos sóbrios foi o inverso: os machos se mostraram rigorosamente fiéis, enquanto as fêmeas duvidaram de sua preferência entre o parceiro original e os novos que apareciam.

A explicação científica desse comportamento está na capacidade do álcool de afetar sistemas cerebrais de neuropeptídeos, que estão ligados à sociabilidade e à ansiedade. Enquanto nos machos essa reação aumenta a densidade das fibras na amígdala (apresentando redução de ansiedade), nas fêmeas foi registrado o contrário. Se a pesquisa pudesse traduzir o comportamento humano, ela sugere, portanto, que a fidelidade e a infidelidade derivam simplesmente de uma melhor ou pior administração da ansiedade, sendo o álcool uma ferramenta para isso. Mas ratos são ratos e pessoas são pessoas.

Fonte: Seu History
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