domingo, 5 de julho de 2015

Fóssil de lagarto de 48 milhões de anos mostra adaptação de espécies



Um recém-descoberto fóssil de 48 milhões de anos de uma espécie conhecida como "Jesus lizard" ("lagarto Jesus"), em função de sua capacidade de andar sobre a água, pode fornecer uma importante visão sobre como as mudanças climáticas podem afetar espécies tropicais.

O material foi encontrado no estado de Wyoming, nos Estados Unidos, e um estudo detalhado assinado pelo pesquisador Jack Conrad, do Museu Americano de História Natural, sugeriu semelhanças com espécies que hoje vivem nos trópicos.

Os parentes modernos desse animal vivem em uma área que se estende do centro do México ao norte da Colômbia, sobretudo em temperaturas mais elevadas encontradas na linha do Equador.

Membros de vários grupos animais, vegetais, fungos e outros atualmente limitados aos trópicos ou áreas subtropicais são frequentemente encontrados em registros fósseis de média-alta latitudes, oriundos de períodos quentes da história da Terra.

O fóssil de 48 milhões de anos foi considerado a primeira descrição de uma nova espécie, denominada Babibasiliscus alxi por Jack Conrad, que publicou o estudo nesta quarta-feira na revista "Plos One".

Segundo ele, pode ser o mais antigo membro do grupo "lagarto Jesus", Corytophanidae, que inclui iguanas e camaleões. O histórico desses animais ainda é pouco compreendido, devido ao pequeno número de fósseis disponíveis para estudo.

O autor sugere que o Babibasilscus alxi era provavelmente ativo durante o dia e passou muito tempo em árvores. Um cume de osso no crânio proporcionou uma espécie de sombreiro para os olhos.

Cada pequeno dente tinha três pontos adequados para comer cobras, lagartos, peixes, insetos e plantas. Mas, em função de uma maçã do rosto avantajada, acredita-se que o lagarto teria apreciado presas maiores também.

O autor sugere que o animal tinha cerca de 60 centímetros de comprimento e pode ter caminhando sobre superfícies aquáticas de Wyoming, que, na época, teria um clima similar aos trópicos de hoje.

- Dado o nosso atual período de flutuação do clima global, o registro fóssil nos oferece uma importante oportunidade para observar o que é possível acontecer e o que esperar da nossa dinâmica na Terra - disse Jack Conrad.

Fonte: O Globo
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