segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Tábua Ouija: veja como ela funciona em necromancia e invocações demoníacas


A tábua Ouija é um tabuleiro simples feito de madeira com letras do alfabeto e as palavras “sim” e “não” marcadas nele. Em geral, o objeto é utilizado como um método de necromancia para se comunicar com os mortos ou com os espíritos que vagam pelo plano astral.

Embora a tábua Ouija não seja muito popular no Brasil, por aqui nós temos a brincadeira do copo e a do compasso, que funcionam quase da mesma maneira.

Em ambas, os participantes do jogo fazem perguntas aos mortos, colocam os dedos sobre o objeto indicador das respostas e ele se move sozinho para enviar mensagens. Entretanto, é necessário seguir algumas regras e cumprir uma espécie de ritual para invocar os espíritos.

Existem milhares de histórias que envolvem o uso da tábua de Ouija, sendo que os especialistas em espíritos insistem que ela não deve ser utilizada como um simples jogo infantil. Porém, não há muitas pesquisas científicas que comprovem ou desmistifiquem essas narrativas fantasmagóricas.

Todavia, Hollywood adora aumentar o suspense por trás desses “brinquedos do além”. Se você já assistiu ao filme “Atividade Paranormal” ou ao clássico “Exorcista”, deve saber muito bem as consequências de brincar com os mortos.

Além disso, em breve vai estrear um filme dirigido por Michael Bay inteiramente dedicado ao tabuleiro Ouija – talvez os objetos explodam ao se mexer.

As regras do jogo

Em primeiro lugar, se você não tomar cuidado com quantos ou quais espíritos você convida, qualquer entidade do plano astral (principalmente do mais baixo) pode ser invocada.

Esses espíritos podem ser de pessoas que foram assassinadas ou que perderam suas vidas em acidentes. Portanto, eles podem apresentar comportamentos violentos.

Outra coisa importante é não fazer piadas ou brincadeiras enquanto estiver utilizando o tabuleiro ou realizando alguma pergunta, pois isso pode deixar os espíritos zangados. Também é importante nunca pedir para que a entidade dê uma prova de sua existência ou faça algo sobrenatural.

Os especialistas em fantasmas informam que os espíritos podem enganar os jogadores e arrumar uma forma de entrar no mundo físico.

Caso isso aconteça, pode ser muito difícil conseguir fazer com que eles retornem para o plano astral, o que os força a permanecer na Terra durante um indeterminado período de tempo.

Todo cuidado é pouco!

Contudo, os especialistas dizem que não é a tábua em si que é perigosa, uma vez que ela não invoca os espíritos.

Na verdade, eles estão fora do tabuleiro e sempre próximos de todos nós. Logo, se algo der errado durante a sessão, destruir o objeto pode não valer de nada, pois os fantasmas não possuem nenhuma conexão com ele.

Quando você estiver pronto para terminar o “jogo”, avise o espírito, agradeça-o respeitosamente por todas as respostas fornecidas e mova a prancheta para se despedir. Caso ele deseje permanecer e “ajudar você um pouco mais”, você deve dizer: “Adeus e saia!”, em uma voz firme.

Isso não é tudo: você tem que se assegurar de que o espirito já parou de responder, e então você pode fechar a tábua.

Caso você não termine a sessão como o explicado, podem ocorrer resultados inesperados e até mesmo os bons espíritos podem ficar agitados. Portanto, é melhor seguir as instruções para não se meter em problemas.


A ciência explica

Embora muitas pessoas tenham medo, segundo os cientistas o movimento involuntário do objeto utilizado como indicador de respostas no tabuleiro

Ouija não representa nenhuma conexão com o mundo espiritual. Porém, eles admitem que é possível fazer movimentos sem perceber que é você quem os está realizando.

Portanto, tanto na brincadeira do compasso ou do copo ou na tábua de Ouija, não são os espíritos que estão movendo o objeto, são as próprias pessoas que o estão segurando.

Esse fenômeno é chamado de efeito ideomotor. Ele consiste na influência da sugestão sobre os movimentos corporais involuntários e inconscientes.

Você pode conferi-lo com os próprios olhos ao amarrar um peso, como um anel ou um botão, em um barbante (de preferência com mais de 30 cm).

Em seguida, segure a ponta do barbante com os braços esticados à sua frente para que assim o peso possa balançar livremente. Tente manter o braço completamente parado. Repare que o peso vai começar a rodar em sentido horário ou anti-horário em pequenos círculos.

Não comece esse movimento por conta própria. Em vez disso, se faça uma pergunta – pode ser qualquer coisa. Considere que o peso vai se mover no sentido horário para responder que “sim” e no anti-horário para responder que “não”.

Mantenha esse pensamento na cabeça e, em breve, mesmo que você tente não fazer nenhum movimento, o peso vai começar a rodar e responder às suas perguntas.

Mas e os espíritos?

Seria magia, fantasmas ou espíritos atormentados? Não, apenas o milagre da consciência. Não há forças sobrenaturais trabalhando na tábua de Ouija, só há pequenos movimentos que você está fazendo sem perceber.

Logo, o barbante permite que o movimento seja exagerado, enquanto a inércia do peso possibilita que ele permaneça e se transforme em um círculo completo.

Esse efeito é chamado de Pêndulo de Chevreul, o qual foi pesquisado pelos cientistas após o século 19. O que acontece aqui é que você está testemunhando o movimento (do peso), mas sem se dar conta que você é o responsável por ele.

O mesmo fenômeno básico corresponde à tábua de Ouija, ao jogo do copo e à brincadeira do compasso, no qual uma pessoa ou várias seguram um objeto e ele se move de acordo com as perguntas feitas.

Esse mesmo efeito também foi comprovado em um triste caso da criação de um “facilitador de comunicação”.

Nele, os cuidadores acreditavam que poderiam ajudar as crianças com graves incapacidades a se comunicarem por meio de um teclado. Entretanto, os cientistas provaram aos cuidadores de que eram eles que – de forma completamente inocente – digitavam as mensagens, em vez de interpretar os movimentos das crianças.


O poder do cérebro

O fato mais interessante sobre o fenômeno é o que ele nos diz sobre a mente humana. Afinal, se podemos fazer movimentos sem perceber, então não deveríamos estar tão confiantes na execução de outros sobre os quais temos a plena consciência de que são realizados por nós.

Nas circunstâncias certas, você pode fazer com que outras pessoas acreditem que tenham causado algo que na verdade é proveniente de uma razão completamente independente.

Isso é algo não tão difícil de acreditar, visto que algumas pessoas pensam que só começou a chover porque esqueceram o guarda-chuva ou que algumas coisas ruins só acontecem com elas.

Você pode ler mais a respeito no livro “The Illusion of Conscious Will”, escrito pelo psicólogo Daniel Wegner. O autor defende que nosso senso comum em acreditar que temos controle sobre uma ação é uma ilusão ou, se você preferir, uma construção.

Os processos mentais que controlam diretamente os nossos movimentos não estão conectados àqueles que compreendem causa e efeito, explica Wegner.

A situação não é como em uma estrutura de comando/controle igual ao que acontece em um exército disciplinado, em que um general dá ordens às tropas, elas executam a ação e ele recebe um relatório dizendo: “Senhor! Está feito.

A mão direita entrou em ação”. O conceito é mais parecido com um coletivo organizado: o general pode transmitir os comandos e ver o que acontece, mas ele nunca está seguro sobre o que levou à ação.

Em vez disso, assim como ocorre com todas as pessoas, nosso consciente (o general nessa metáfora) precisa utilizar alguns princípios para descobrir quando um movimento é realizado por nós. Uma dessas táticas é determinar que a causa precisa ser consistente com o efeito.

Eu juro que não fui eu!

Se você pensar: “Eu vou mover minha mão” e ela se mexe, automaticamente seu cérebro passa a sensação de que esse movimento foi causado por você. Todavia, esse princípio falha quando o pensamento é diferente do efeito, tal como acontece no Pêndulo de Chevreul ou na tábua de Oujia.

Caso você pense: “Eu não estou movendo minha mão”, você está menos suscetível a conectar qualquer pequeno movimento feito por você, mas com uma grande abrangência visual. Ou seja, você está mais vulnerável a acreditar que os espíritos “falaram” por meios misteriosos do que a considerar que seu corpo se mexeu sozinho.

Talvez isso explique o costume que as crianças têm de gritar “Não fui eu” logo após quebrar alguma coisa. Eles ponderam consigo mesmo: “Eu só vou dar um empurrãozinho...” e, quando o objeto cai da mesa e quebra, eles não sentem que foi algo que eles fizeram.

E você? Mesmo depois dessa explicação científica continua acreditando na tábua de Ouija? Já aconteceu alguma experiência fantasmagórica enquanto você fazia o jogo do copo ou o do compasso? Ou é mesmo tudo uma questão de efeito ideomotor?

Fonte: Megacurioso
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