Um estranho sarcófago com 1700 anos foi descoberto na antiga metrópole de Gabii, na Itália. Os arqueólogos dizem que poderia ser de um gladiador ou de um dignitário cristão.
O túmulo foi encontrado numa cova de cimento tapada e o caixão é incomum – feito de chumbo e apenas algumas centenas de funerais romanos deste gênero são conhecidos.
O cadáver surgiu embrulhado, com 362 quilogramas de chumbo em cima – o que pareceu bastante estranho a Jeffrey Becker, arqueólogo da McMaster University (EUA) e responsável pelo Projeto Gabii.
A maioria dos sarcófagos é semelhante a antigas “caixas de biscoito”, moldados “de forma retangular, com uma tampa por cima”, explicou.
Abrir o caixão poderia oferecer novos avanços sobre uma civilização poderosa que tem sido esquecida durante séculos. Esta foi uma das maiores descobertas em Gabii (a 18 quilômetros de Roma), recentemente, e Becker e a sua equipa receberam uma verba para o projeto da National Geographic Society’s Committee for Research and Exploration.
Gabii foi fundada no século X a.C, e foi abundante durante séculos. Pode ter sido um pouco como Roma, onde a população fez da cidade densa, barulhenta, segundo Becker. O arqueólogo refere que por volta do século I e II d.C. foi-se contraindo e que no século IX já quase não restava nada, mas as causas para o seu desaparecimento não são claras.
No entanto, os especialistas consideram que o mais óbvio é o fato de a expansão de Roma e ambições territoriais terem eventualmente contribuído.
Os mistérios sobre Gabii tornam a descoberta ainda mais intrigante. Vários enterros semelhantes, encontrados pela Europa, continham soldados, membros da elite cristã e gladiadores do sexo feminino.
Mistérios e perigos
Becker considerou ainda estranho o lugar onde foi encontrado o sarcófago. A mentalidade religiosa da época tinha muitos tabus e era contra enterrar mortos dentro dos limites da cidade.
“Alguns destes funerais era organizados de forma a conseguirem manter a preservação do tecido humano e cabelos; embora a abertura existente no sarcófago pode significar que o ar tenha acelerado de decomposição do corpo”, explicou o investigador.
Os exames preliminares revelaram que o osso do pé estava intacto. Os ossos podem dizer muito aos cientistas sobre uma pessoa ou a sua cultura.
Contudo, a equipe de Becker pode não conseguir trabalhar diretamente no esqueleto, já que abrir o caixão poder ser muito perigoso.
O pó de chumbo é cancerígeno e correm o risco de expor o corpo a bactérias que poderiam facilmente danificá-lo.
A Academia Americana fará experiências preliminares, incluindo um exame endoscópico através de uma pequena câmara de fibra óptica, no buraco existente junto ao pé visível e se ficar provado que o pó de chumbo pode ser facilmente contido, o próximo passo seria encontrar uma sala limpa, semelhantes às da Nasa, para abrir o caixão.
Fonte: Construindo História Hoje