sábado, 28 de dezembro de 2013

Pesquisadores de RO observam espécie de macaco não catalogado


Pesquisadores do Estado de Rondônia estão realizando trabalho de observação de uma espécie de macaco ainda não catalogada. Trata-se de um animal da espécie (sic) Callicebus conhecido popularmente por Zogue-Zogue-dos-Parecis.

De acordo com um dos pesquisadores, o biólogo Almério Gusmão, as observações começaram a ser realizadas em 2008. A espécie só foi vista, até o momento, na região entre Pimenta Bueno (RO) a Vilhena (RO) e na cidade de Juína (MT).

Almério conta que os pesquisadores não conseguiram encaixar a espécie do macaco em nenhuma das já existentes. “Observando as morfologias externas do corpo já encontradas e catalogadas, não conseguimos encaixar essa nova espécie em nenhuma das já existentes”, afirma.

Zogue-zogue é importante para a manutenção da floresta, pois se alimenta de frutos que posteriormente são dispersos na natureza, com isso os animais ajudam a germinar e manter a floresta, segundo Almério.

Nos locais observados, só foram encontrados oito grupos de macacos, que são compostos pelo o macho adulto; fêmea e filhote. “Já chegamos a observar grupos de até cinco integrantes em uma mesma família. O macaco é restrito da região dos planaltos do parecis, em transição de florestas e cerrado e é por isso que os pesquisadores já o classificaram como Zogue-Zogue-dos-Parecis”, explicou.

Outra preocupação do grupo de pesquisadores é em relação à conservação da espécie que está sendo conhecida agora, mas que já corre o risco de entrar em extinção. “No período de estiagem, a região onde o macaco foi localizado sofre com frequentes incêndios florestais, além da perda de habitat natural, decorrente do desmatamento”, disse Almério preocupado.

O objetivo do grupo com a pesquisa é dar uma identidade ao animal e provar para a comunidade científica, que se trata de uma nova espécie que necessita de conservação na região.

“Não é uma espécie que pode ser encontrada em vários locais, mas somente na nossa região, por isso precisamos de medidas de conservação para continuar mantendo a espécie”, sugeriu Almério.

Ao G1, a coordenadora da pesquisa professora doutora da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Mariluci Rezende Messias, disse que a característica mais marcante do animal é a grande quantidade de pelagem branca abaixo da mandíbula e as patas grisalhas.

Segundo a coordenadora, a pesquisa foi encaminhada para os Estados Unidos, onde está sendo realizada a análise genética molecular para confirmar se o macacão zogue-zogue é realmente uma nova espécie.

“Após essa confirmação, o resultado da pesquisa será submetida a publicação, provavelmente em fevereiro, quando todas as análises já estiverem concluídas” , finalizou a coordenadora.

Fonte: G1
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