Como é de costume acontecer com personagens populares e enigmáticos, a vida do grande ilusionista Harry Houdini foi cercada de mitos e polêmicas, assim como sua morte. A versão oficial indica que ele morreu em 1926 de peritonite. No entanto, anos mais tarde, começou a circular, de maneira apócrifa, uma história sugerindo que ele morreu tentando realizar um de seus truques mais ousados.
Essa história não possui nenhum embasamento; porém, há outra hipótese que afirma que, na realidade, ele teria sido assassinado. Entre as possíveis razões do homicídio, estaria sua militância fervorosa contra aqueles que pretendiam lucrar com supostos poderes de contato com o além e a clarividência. Houdini tentava demonstrar, com o ofício de seus truques, que a magia, na verdade, não existe. Espíritas da sua época, como Minnie Williams, a senhora Crandon e o espanhol Agramasilla tiveram que enfrentar o ilusionista para tentar manter a credibilidade de suas performances, e mesmo depois de convencerem cientistas a respeito de seus poderes, não conseguiam escapar de Houdini, que sempre revelava suas fraudes.
Alguns jornais da época, como o The New Republic, apoiaram a postura do mágico, o que contrariou ainda mais seus inimigos. É por esse motivo que alguns familiares do grande artista acreditam que ele morreu em decorrência de um envenenamento, e não de uma peritonite. A batalha de Houdini contra os espíritas continuou, paradoxalmente, depois da sua morte. O jornal espanhol La Voz publicou, em dezembro de 1926, um artigo no qual relatava que “a viúva de Houdini disse que ela e seu marido fizeram um pacto, no qual o primeiro dos dois que morresse deveria se comunicar com o que estivesse vivo. E apesar de ter morrido há várias semanas, ela ainda não havia recebido nenhum sinal de Houdini, o que demonstra que o espiritismo não está provado cientificamente”.
Terá sido Houdini, como afirmam alguns, vítima dessa batalha a que entregou seus talento e esforço?
Fonte: History