sábado, 5 de dezembro de 2015

Destruição da lua Fobos pode criar anel ao redor de Marte


Fobos, uma da duas luas de Marte, pode desaparecer dentro de 20 milhões ou 40 milhões de anos, mas deixaria ao planeta vermelho um "presente" em forma de anel, segundo revela um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista "Nature".

A pesquisa, desenvolvida por especialistas da Universidade de Berkeley (Califórnia) e do City College de Nova York, prevê que a destruição de Fobos crie um anel ao redor de Marte, o que sobreviverá durante milhões de anos.

Em algum período dessa existência, apontam os pesquisadores, esse disco poderia chegar a ter uma massa com uma densidade similar à dos anéis de Saturno.

Os autores do estudo, Benjamin A. Black e Tushar Mittal - de Berkeley e City College, respectivamente -, lembram que Fobos, a maior lua de Marte, se dirige gradualmente em direção ao planeta vermelho girando como uma espiral, ao contrário, por exemplo, da Lua, que se afasta pouco a pouco da Terra.

Finalmente, Fobos poderia romper-se devido à pressão à qual se veria submetido pela atração da força gravitacional de Marte, ou se chocaria contra sua superfície, os dois destinos previstos para um satélite que migra para seu planeta.

Em suas pesquisas, Black e Mittal usaram dados de observação e um modelo geotécnico para calcular a resistência de Fobos e constataram que grande parte desta lua está composta por materiais frágeis.

Quando a pressão provocada pela força de atração de Marte alcançar seu ponto mais alto, o que poderia ocorrer dentro de 20 milhões ou 40 milhões de anos, esses materiais frágeis se separarão do satélite.

Os especialistas preveem que essas partículas se dispersarão para formar um anel ao redor de Marte, o qual, segundo estimam, poderia durar até cem milhões de anos.

As partes de Fobos que resistirem a este processo de desintegração formarão peças de grande tamanho que, no final, se chocarão contra a superfície de Marte e criarão crateras.

Como apenas os "gigantes gasosos" de nosso sistema solar têm anéis, destacam os autores, este estudo sugere que Marte poderia ter um no futuro, o que oferece também uma visão sobre o comportamento das "luas migratórias" que se "autodestruíram" no passado.

Fonte: UOL
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