A partir da descoberta é possível avaliar a espécie que os botou.
Dois ovos de dinossauros encontrados em Uberaba estão criando expectativas para impulsionar os estudos de espécies pré-históricas. Um dos ovos permanece preservado e se tornou rocha devido à sedimentação. O outro ovo apresenta esmagamento e está esférico em 50%.
Os achados datam de, no mínimo, mais de 74 milhões de anos e têm entre 13 em e 15 cm de diâmetro. Os fósseis foram apresentados ontem, no bairro rural de Peirópolis, que abriga importante sítio paleontológico.
Há alguns meses, um anônimo entregou os fósseis ao Departamento Nacional de Produção Mineral de Minas Gerais (DNPM-MG), em Belo Horizonte. Diante do mistério envolvendo os ovos pré-históricos, o chefe de divisão de depósitos fosfolíferos do DNPM-MG, Felipe Barbi Chaves, afirmou que a única informação atestada é de que os achados foram localizados no bairro de Ponte Alta.
“Observados os sedimentos que estão agregados junto aos ovos, não e difícil identificar. Não sabemos exatamente o local onde foi encontrado, mas sabemos que é da região de Ponte Alta”, disse Barbi.
Em outubro, o geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro foi informado pelo DNPM-MG sobre a doação e começou a solucionar trâmites para o retorno dos achados para Uberaba.
A Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), responsável pelo Complexo Cultural e Científico de Peirópolis (CCCP), assinou termo que possibilitou reaver o patrimônio paleontológico. Os ovos chegaram à cidade do Triângulo Mineiro na semana passada.
Aprimoramento. O supervisor do CCCP, Thiago Marinho, destaca que a descoberta é de grande relevância para aprimorar estudos já realizados e, possivelmente, avançar em novas frentes de pesquisa.
“Temos o privilégio de poder estudar materiais únicos. Com o avanço dos estudos desses ovos, conseguiremos saber que tipo de dinossauro botou, a origem do material e também dados sobre o ambientes há 70 milhões de anos”, diz.
Para o geólogo, o retorno dos ovos para análise em Uberaba agrega valor à paleontologia mundial e, possivelmente, à embriologia. “A possibilidade de embrião transforma esse achado em algo de extremo valor, inclusive internacional. Mesmo que não ocorra embrião, só o que temos já é suficiente para transformar esses ovos nos mais importantes estudados cientificamente no Brasil”.
Quanto ao mistério sobre por onde esteve o ovo ao longo do tempo, o representante do DNPM afirmou que será realizada investigação paralelamente aos estudos paleontológicos.
Outros achados
Peirópolis. Consagrado na descoberta de fósseis pré-históricos, este sítio já teve outros três achados no campo da embriologia. O museu dos dinossauros expõe réplicas desses achados e já recebeu mais de 1,2 milhões de turistas de mais de 1.100 cidades brasileiras e de 50 países.
Flash
O primeiro registro de descoberta de ovo no Brasil foi em 1945, na região da Mangabeira, cerca de 30 km ao norte de Uberaba, pelo paleontólogo Llewellyn Ivor Price.
Fonte: O Tempo