sábado, 21 de março de 2015

As múmias mais antigas do mundo de repente estão se transformando em gosma preta


As múmias Chinchorro, encontradas no Chile e Peru, sobreviveram mais de 8.000 anos. Oito milênios! Só que elas começaram a se decompor mais rapidamente do que nunca – algumas delas até derreteram em uma “gosma preta” gelatinosa. Cientistas de Harvard acreditam ter encontrado o motivo.

O povo Chinchorro preservava seus mortos preenchendo-os com fibra e palha – são as múmias mais antigas no mundo.

Ao contrário dos egípcios, os Chinchorros mumificavam todos os que faleciam. Centenas dessas múmias ainda estão enterradas em vales chilenos, onde muitas vezes são descobertas por funcionários de construção civil.

O problema começou com as múmias que deveriam estar mais seguras, dentro do museu arqueológico da Universidade de Tarapacá, no Chile.

Os curadores notaram a decomposição acelerada ao longo da última década, então eles decidiram trazer cientistas de Harvard para entender o que estava acontecendo.

Eles determinaram que isso foi causado por bactérias. Mas as múmias sobreviveram por milhares de anos; por que as bactérias de repente estariam interessadas nelas?

A equipe tomou amostras bacterianas de pele da múmia, em partes com e sem decomposição, e as cultivou em laboratório.

Em umidade maior, a pele com bactérias degradava mais rápido, começando o processo em apenas 21 dias, de acordo com um comunicado à imprensa. É aí que caiu a ficha: a umidade vem aumentando na cidade de Arica, onde está localizado o museu arqueológico.

A umidade ideal para as múmias está entre 40% e 60%. Mais que isso, e elas apodrecem; se for menos, elas podem sofrer com acidificação.

Isso é algo importante de se saber para um museu com controle de temperatura; mas o clima está mudando, e isso poderia significar a ruína para centenas de múmias ainda enterradas. Elas sobreviveram por milênios, mas podem não aguentar a umidade.

Crédito das fotos: Vivien Standen/Harvard

Fonte: Gizmodo
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