Nem no Egito, ou em qualquer outra cidade da Ásia e Europa.... as múmias mais antigas já encontradas estão no Chile, onde foram descobertas a partir de 1919. Tratam-se dos corpos de habitantes da cultura chinchorro, que estavam no deserto de Atacama, conhecido como o mais seco do mundo, próximo à fronteira com o Peru.
Os Chinchorros eram caçadores, coletores e pescadores que viveram na região de Arica entre os anos 7.000 e 7.500 a.C. Sua avançada técnica de mumificação e rituais funerários foram extremamente cuidadosos, e refletem uma cultura bastante rica com profundos conhecimentos de anatomia.
Muito tempo antes de os egípcios desenvolverem a técnica da mumificação, os chinchorros já haviam adotado o costume. Suas múmias parecem indicar períodos e rituais diferentes. Os chinchorros mumificavam todos os tipos de indivíduos, aparentemente sem discriminação de idade, sexo ou posição social.
As múmias foram encontradas em colorações diferentes, indo do negro ao vermelho. Entretanto, todas exibem cuidados interessantes, como a remoção completa dos órgãos e a extração de ossos, seguidos de posterior montagem. As expressões faciais transmitem individualidade e uma valorização da vida, não encontradas nas múmias egípcias, por exemplo.
Muitas das pesquisas foram feitas pela equipe do Laboratório de Bioarqueologia da Universidade de Tarapacá. O envio de uma dessas múmias ao Japão provocou uma discussão inflamada sobre a preservação do patrimônio histórico e cultural dessa civilização.
Resta agora acompanhar o resultado de novos estudos para entender um pouco mais sobre essa cultura tão peculiar e antiga.
Fonte: The History Channel