No ano 541 d.C., cerca de 50 milhões de pessoas morreram em decorrência da peste bubônica. A praga assolou a Europa, norte da África e partes da Ásia, possivelmente levando à queda do Império Romano. No entanto, a causa da pandemia ainda era desconhecida.
Dentes antigos encontrados em um sítio arqueológico nos arredores de Munique, Alemanha, podem ter desvendado o mistério. Segundo os arqueólogos responsáveis pela descoberta, os túmulos encontrados datavam da época da peste.
Os dentes continham restos de sangue, que permitiram o sequenciamento de seu DNA e a identificação da cepa exata da bactéria causadora da doença.
“Eles encontraram vários indivíduos enterrados juntos, o que costuma indicar uma doença infecciosa”, explica o biólogo evolucionista David Wagner, da Universidade do Norte do Arizona, em entrevista à Rádio Pública Nacional.
“Neste caso, analisamos o material de duas vítimas diferentes. Uma delas foi enterrada com um adulto e uma criança, e supõem-se que todos tenham morrido em decorrência da doença ao mesmo tempo”.
Após o sequenciamento do DNA , os cientistas puderam reconstituir a propagação da doença. Eles acreditam que a bactéria veio da China e, em seguida, passou de roedores para seres humanos, o que não teria nenhuma relação com a Peste Negra, como se acreditava.
“Estes resultados mostram que roedores de todo o mundo representam importantes fatores para o aparecimento contínuo de diversas linhagens da peste nas populações humanas”, escreveram os autores na revista The Lancet Infectious Diseases .
Se não fosse pela medicina moderna e antibióticos, a bactéria poderia causar outra pandemia, comentou o microbiólogo Paul Keim, da Universidade do Norte do Arizona, à NPR .
Por Sheila M. Eldred
Fonte: Discovery