sábado, 28 de junho de 2014

De trás para a frente: mensagens subliminares na música


A história de anúncios publicitários com conteúdos ocultos se assemelha a um roteiro de programa de televisão. Na vida real, um dos personagens principais dessa história é James M. Vicary, pesquisador da área de marketing. Em 12 de setembro de 1957, ele convocou a imprensa para anunciar os resultados de uma experiência incomum.

Ao longo de seis semanas, durante o verão anterior, ele disparou as frases “Coma pipoca” e “Beba Coca-­Cola” por 3 milésimos de segundo, a cada cinco segundos, em uma tela de cinema de Fort Lee, em New Jersey, enquanto telespectadores assistiam ao filme Picnic (exibido no Brasil com o título Férias de amor).

As mensagens eram muito rápidas para serem lidas, mas o tempo foi suficiente para serem registradas no subconsciente dos espectadores. Como prova dessa afirmação, ele apresentou dados que indicavam 18% de aumento na venda do refrigerante e 58% da pipoca no cinema.

Nas décadas após a experiência de Vicary, comerciantes, políticos, diretores de cinema e até mesmo serviços oficiais tentaram usufruir os benefícios da persuasão subliminar – mas sem sucesso mensurável. As táticas seguiam o modelo de Vicary: embutir flashes de milissegundos de palavras ou imagens em filmes.

Por exemplo, em 1978, a estação de TV Wichita, do Kansas, recebeu permissão da polícia para mostrar de maneira subliminar a frase “Ligue para a polícia agora” durante uma notícia sobre o assassino em série Dennis Rader, conhecido como BTK – a aposta era que o próprio criminoso se sentisse compelido a se entregar. Infelizmente, ele só foi capturado 27 anos depois.

Outras campanhas polêmicas envolveram a técnica backmasking (conhecida no Brasil como mensagem ao contrário), em que palavras ditas de trás para a frente são gravadas em uma faixa de áudio.

Os defensores do método alegam que mensagens invertidas agem de maneira subliminar nos ouvintes. Na década de 80, muitos grupos religiosos americanos temiam que algumas bandas usassem backmasking para transmitir ensinamentos satânicos.

Duas famílias, aliás, chegaram a processar o músico britânico Ozzy Osbourne alegando que frases ao contrário em suas canções incentivaram seus filhos a cometer suicídio.

Os tribunais recusaram os casos, assim como ações semelhantes contra a banda de rock Judas Priest, porque não foram encontradas evidências suficientes da ação da backmasking. Diversos estudos comprovam que a técnica não deixa vestígios mensuráveis na memória. Ainda assim, em 1983 a prática foi proibida na Califórnia.

Fonte: Mente Cérebro
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